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Após reunião com Lula para debater acusações de assédio sexual, ministro Silvio Almeida é demitido do governo

Silvio Almeida e Lula | Imagem por Ricardo Stuckert/PRBRASÍLIA, 6 de setembro — O agora ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida, que foi acusado publicamente ontem pela organização Me Too Brasil de ter cometido supostos assédios sexuais contra várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi exonerado de seu cargo após uma reunião com o presidente Lula.

Por Portal Jonet Brasil em 07/09/2024 às 12:27:38
Silvio Almeida e Lula | Imagem por Ricardo Stuckert/PR

BRASÍLIA, 6 de setembro — O agora ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida, que foi acusado publicamente ontem pela organização Me Too Brasil de ter cometido supostos assédios sexuais contra várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi exonerado de seu cargo após uma reunião com o presidente Lula.

O ex-ministro, que nega as acusações desde ontem, foi questionado por Lula se preferia deixar o governo por vontade própria ou ser exonerado. Silvio Almeida respondeu negativamente, confirmando que preferia ser demitido.

A ministra Anielle Franco, que hoje confirmou a vários interlocutores as acusações de assédio sexual que teria sofrido pelo ministro, ainda não comentou publicamente sobre a situação.

De acordo com o portal Metrópoles, que conversou com quatro ministros do governo, os assédios à ministra teriam ocorrido e já eram de conhecimento do governo desde o ano passado.

O Palácio do Planalto deverá divulgar uma nota ainda hoje falando sobre a demissão.

A pasta será assumida internamente pela secretária-executiva do próprio ministério, Rita Cristina de Oliveira.


A denúncia: A organização Me Too Brasil, que trabalha acolhendo vítimas de violência sexual, denunciou ontem que o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, teria assediado sexualmente várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que chegou a ser procurada por diversos veículos de mídia em junho deste ano, mas optou por não comentar e nem espalhar o o assunto para não prejudicar a imagem da atual administração.

As denúncias foram entregues ao portal Metrópoles, que investigou o caso por dois meses e entrevistou 14 pessoas, incluindo quatro ministros do governo. Essas pessoas teriam dito que os assédios à ministra ocorreram no ano passado e envolveriam "toques nas pernas", "beijos inapropriados ao cumprimentá-la" e o uso de "expressões chulas" com "conteúdo sexual".

Após a publicação do Metrópoles, a organização confirmou novamente que recebeu os relatos de assédio envolvendo o ministro.

À Folha, a assessoria da ministra disse que "não falou e que não falaria com nenhum veículo de imprensa, nem para negar, nem para confirmar os relatos que fez a outros colegas do governo".

Ainda na noite de ontem, o ministro divulgou uma nota pública dizendo que repudia "com amor" e "com absoluta veemência as mentiras que estando sendo assacadas" contra ele.

Citando sua esposa, sua filha de 1 ano e o crime de "denunciação caluniosa", Almeida afirmou que as acusações são "ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias e bloquear o nosso futuro", acrescentando que "falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa".

Íntegra da nota: "Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade.
Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam.
Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro. Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas.
Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.
As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram "denunciação caluniosa".
Tais difamações não encontrarão par com a realidade.
De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.
Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização.
Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa.
Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício."


(Matéria em atualização)

Fonte: O Apolo Brasil

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