Nesta segunda, a moeda americana recuou 0,99% e fechou a R$ 5,6863, o menor patamar desde novembro. Já o principal índice da bolsa fechou em alta de 1,46%, aos 130.834 pontos. Nota de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar opera em queda na tarde desta terça-feira (18). O anúncio do governo brasileiro sobre a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda não trouxe grandes surpresas ao mercado, que já havia repercutido negativamente a medida no fim de novembro.
Na época, o dólar renovou o seu maior valor nominal e, ao longo do pregão, bateu os R$ 6 pela primeira vez na história. Já nesta terça, a moeda registra baixa, cotada a R$ 5,66. Na segunda-feira (17), ela fechou no menor patamar desde novembro (veja mais abaixo).
A medida deve beneficiar mais de 10 milhões de contribuintes, que recebem até R$ 5 mil por mês e deixarão de pagar o imposto. No entanto, para compensar a perda de arrecadação, o governo propôs taxar os super ricos, ou seja, pessoas com renda mensal superior a R$ 50 mil.
Durante a assinatura do projeto, Lula afirmou que o “projeto é neutro” e “não amplia em um centavo a carga tributária brasileira”.
No cenário internacional, o mercado repercute a aprovação da câmara baixa do parlamento alemão a uma proposta que permite um aumento maciço no endividamento estatal, com o objetivo de reforçar a defesa do país.
Os analistas de mercado acreditam que a expansão fiscal poderá impulsionar a maior economia da Europa e estimular o crescimento em toda a região. O euro, inclusive, ganhou força nas últimas semanas por causa disso.
Os investidores também estavam de olho no telefonema de Trump ao presidente russo Vladmir Putin, para tentar um acordo que coloque fim à guerra na Ucrânia.
Na conversa, a Rússia concordou em interromper os ataques à infraestrutura elétrica da Ucrânia durante 30 dias, mas disse que só aceitará um cessar-fogo total após a interrupção completa da ajuda militar e de inteligência das potências ocidentais a Kiev.
Por fim, para esta quarta-feira (19), estão no radar decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Dólar
Às 15h12, o dólar caía 0,31%, cotado a R$ 5,6689. Veja mais cotações.
Na segunda-feira (17), a moeda americana teve baixa de 0,99%, cotada a R$ 5,6863, no menor patamar desde 7 de novembro.
💲Com o resultado, acumulou:
queda de 0,99% na semana;
recuo de 3,89% no mês; e
perda de 7,98% no ano.
a
📈Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,58%, aos 131.594 pontos.
Na segunda-feira, o índice teve alta de 1,46%, aos 130.834 pontos, fechando no maior patamar desde outubro do ano passado (131.212 pontos).
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,46% na semana;
avanço de 6,54% no mês; e
ganho de 8,77% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O dia começou com os investidores de olho no anúncio do governo brasileiro sobre o projeto de lei que isenta de pagar o IR pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil por mês, a partir de 2026.
Atualmente, a faixa de isenção está em R$ 2.824, e o governo também propôs ampliá-la para R$ 3.036 neste ano. O projeto foi enviado ao Congresso no início da tarde, mas não trouxe grandes surpresas ao mercado e o dólar, que oscilava, passou a cair.
Durante a assinatura do projeto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que terá “lealdade” com o governo, mas não deixará de fazer mudanças no texto e de cobrar responsabilidade fiscal. Para o mercado, a fala pode significar uma trava a mais no perigo dos gastos públicos.
Os investidores também estão na expectativa sobre as decisões de juros no Brasil e nos EUA, nesta quarta-feira (19).
🔎 Os dados são monitorados de perto porque juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. Mas esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
No Brasil, investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que hoje está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Já nos EUA, nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Dados do último Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país —, divulgado nesta segunda-feira, indicam que o mercado espera um IPCA acumulado de 5,66% em 2025.
É uma leve desaceleração em relação à projeção anterior de 5,68%, mas ainda está bem acima da meta do BC, que é de 3% ao ano (e margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%).
Investidores também estão de olho no IBC-Br, que é uma prévia do PIB. O indicador cresceu 0,9% em janeiro, o melhor resultado desde junho de 2024, superando a expectativa de 0,2%.
Comparado a janeiro do ano passado, o crescimento foi de 3,6%. Nos 12 meses até janeiro de 2025, o crescimento foi de 3,8%.