No dia anterior, a moeda americana recuou 0,25% e fechou a R$ 5,6719, no menor patamar desde outubro. Já o principal índice da bolsa encerrou em alta de 0,49%, aos 131.475 pontos. Dólar
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (19), com as atenções dos investidores voltadas aos cenários de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Primeiro, às 15h, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anuncia a sua decisão de política monetária. O mercado projeta, em sua maioria, que a instituição deve manter suas taxas de juros inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano, para continuar o trabalho de conter a inflação no país.
Mais tarde, no começo da noite, é a vez do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) apresentar o novo patamar da Selic, taxa básica de juros. A expectativa é de uma alta de 1 ponto percentual nos juros, levando-os a 14,25% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
O rumos dos juros nos dois países é observado com atenção porque podem ser determinantes para o controle da inflação e para os níveis da atividade econômica.
Tanto no Brasil quanto nos EUA, o mercado já espera ver uma desaceleração da economia, à medida que os juros seguem em patamares elevados. No entanto, a proporção dos aumentos por aqui e o tempo em que as taxas seguirão altas lá fora podem levar a um desaquecimento mais forte.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 10h15, o dólar subia 0,20%, cotado a R$ 5,6830. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,25%, cotada a R$ 5,6719.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,24% na semana;
recuo de 4,13% no mês; e
perda de 8,22% no ano.
a
📈Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,14%, aos 131.660 pontos..
Na véspera, o índice teve alta de 0,49%, aos 131.475 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,96% na semana;
avanço de 7,07% no mês; e
ganho de 9,31% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores estão na expectativa sobre as decisões de juros no Brasil e nos EUA.
🔎 Os dados são monitorados de perto porque juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. Mas esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
No Brasil, investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que hoje está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Já nos EUA, nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
O efeito da queda do consumo, porém, é uma desaceleração da economia. O mercado, então, aguarda os comunicados dos bancos centrais após o anúncio de suas decisões para buscar pistas de qual deve ser a condução dos juros nos dois países, para entender quanto a atividade pode desaquecer.
Nos EUA, a expectativa é pela manutenção dos juros no mesmo patamar (que é considerado alto no país) porque as pressões inflacionárias são persistentes. A inflação anual do país continua em torno dos 3%, enquanto a meta do Fed é de 2%.
O mercado de trabalho aquecido é o principal fator de impulso para a inflação nos últimos meses, já que mais trabalho gera mais dinheiro para a população e, consequentemente, mais consumo. Porém, aos temores cresceram desde a posse do presidente Donald Trump, por conta de sua política tarifária.
As diversas tarifas de importações sobre países que fornecem boa parte dos produtos usados pelas indústrias dos EUA podem elevar os custos de produção, que pode ser repassado ao consumidor final, impactando a inflação.
Outro ponto de atenção, no mesmo sentido, é que os preços maiores desestimulem o consumo de maneira acentuada, o que poderia gerar um período de recessão econômica no país. Essa cautela com uma possível recessão tem derrubado o preço do dólar pelo mundo nas últimas semanas.
“As últimas semanas foram marcadas pela ampliação de incertezas sobre a atividade econômica e a inflação prospectiva no país, especialmente devido às novas políticas tarifárias do governo de Donald Trump”, comenta a equipe de análises da XP Investimentos.
No Brasil, o mercado espera a elevação da taxa Selic a 14,25% ao ano, conforme já foi sinalizado pelo Copom em sua última reunião. Com a inflação acelerada, a expectativa é que o comitê anuncie que vai promover, ainda, novas altas.
“No entanto, caso a atividade desacelere além do esperado e/ou a taxa de câmbio se estabilize nos atuais patamares, o BCB pode optar por encerrar o ciclo de alta já em maio”, diz a XP.