A moeda americana recuou 0,25% e fechou a R$ 5,6719, no menor patamar desde outubro. O Ibovespa, principal índice da bolsa, encerrou em alta de 0,49%, aos 131.475 pontos. Nota de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar fechou em queda nesta terça-feira (18), a R$ 5,6719, no menor patamar desde outubro do ano passado (R$ 5,6629). O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, encerrou o dia em alta.
O mercado não piorou após a apresentação da proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda porque não houve grandes surpresas no texto e os agentes já haviam repercutido negativamente a medida no fim de novembro.
Segundo o governo, o projeto deve beneficiar mais de 10 milhões de contribuintes que recebem até R$ 5 mil por mês, isentando-os do imposto. Para compensar a perda de arrecadação, o governo propôs taxar aqueles com renda mensal superior a R$ 50 mil.
Durante a assinatura da medida, Lula afirmou que o “projeto é neutro” e “não amplia em um centavo a carga tributária brasileira”. (veja mais detalhes abaixo)
Os investidores também acompanharam o telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente russo Vladimir Putin, buscando um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Na conversa, a Rússia concordou em interromper os ataques à infraestrutura elétrica da Ucrânia durante 30 dias, mas afirmou que só aceitará um cessar-fogo total após a interrupção completa da ajuda militar e de inteligência das potências ocidentais a Kiev.
Por fim, estão no radar as decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, que serão divulgadas na quarta-feira (19).
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,25%, cotado a R$ 5,6719, no menor patamar desde outubro. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,24% na semana;
recuo de 4,13% no mês; e
perda de 8,22% no ano.
Na segunda-feira (17), a moeda americana teve baixa de 0,99%, cotada a R$ 5,6863.
a
📈Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,49%, aos 131.475 pontos, renovando o maior nível desde outubro.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,96% na semana;
avanço de 7,07% no mês; e
ganho de 9,31% no ano.
Na segunda-feira, o índice teve alta de 1,46%, aos 130.834 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque no noticiário desta terça-feira (18) ficou com o anúncio do governo brasileiro sobre o projeto de lei que amplia a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida ainda depende do aval do Congresso Nacional e, se aprovada, deve entrar em vigor apenas em 2026.
O governo também propôs ampliar a faixa de isenção para R$ 3.036 neste ano, para acompanhar o reajuste do salário mínimo. Atualmente, a faixa de isenção está em R$ 2.824.
Apesar do anúncio mais detalhado nesta terça-feira, a medida não trouxe grandes surpresas ao mercado, que já havia reagido à medida em novembro.
Durante a assinatura do projeto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que terá “lealdade” com o governo, mas não deixará de fazer mudanças no texto e de cobrar responsabilidade fiscal. Para o mercado, a fala pode significar uma trava a mais no perigo dos gastos públicos.
Os investidores também estão na expectativa sobre as decisões de juros no Brasil e nos EUA, nesta quarta-feira (19).
🔎 Os dados são monitorados de perto porque juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. Mas esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
No Brasil, investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que hoje está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Já nos EUA, nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Dados do último Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país —, divulgado nesta segunda-feira, indicam que o mercado espera um IPCA acumulado de 5,66% em 2025.
O número representa uma leve desaceleração em relação à projeção anterior de 5,68%, mas ainda está bem acima da meta do BC, que é de 3% ao ano (e margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%).
Já no noticiário internacional, as atenções ficaram voltadas para a aprovação de um projeto de reforma fiscal na Alemanha, que vai permitir um aumento maciço de gastos com defesa e a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura.
A Alemanha e outros países europeus têm sido pressionados a reforçar suas defesas diante da hostilidade da Rússia e das mudanças nos Estados Unidos sob o comando do presidente Donald Trump, que os líderes europeus temem que possam deixar o continente exposto.
Ainda no exterior, o telefonema entre Trump e Putin também ficou sob os holofotes, bem como os desdobramentos das novas tarifas impostas pelo presidente norte-americano aos seus parceiros comerciais.
*Com informações da agência de notícias Reuters