Formado em psicologia, Kahneman era considerado o ‘pai’ da economia comportamental e foi premiado por uma pesquisa sobre a tomada de decisões em cenários de incerteza. Ex-presidente dos EUA, Barack Obama, entrega a Medalha Presidencial da Liberdade a Daniel Kahneman
Mandel NGAN/AFP
A última decisão de Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel em Ciências Econômicas, foi pela morte assistida, revelou o Wall Street Journal na sexta-feira (14).
Formado em psicologia, Kahneman, que morreu em março do ano passado aos 90 anos, foi premiado em 2002 justamente por um trabalho sobre a tomada de decisões.
Ele era considerado o “pai” da economia comportamental, apesar de nunca ter cursado economia. (leia mais abaixo)
De acordo com o artigo do WSJ, Kahneman havia acabado de fazer aniversário quando começou a enviar e-mails para pessoas próximas sobre a decisão que havia tomado.
“Esta é uma carta de despedida que estou enviando aos amigos para dizer que estou a caminho da Suíça, onde minha vida terminará em 27 de março”, dizia a mensagem.
Assim, em 26 de março, Kahneman voou para uma clínica de suicídio assistido na Suíça. Segundo relatos de conhecidos, ele ainda estava com uma saúde física e mental razoavelmente boa quando decidiu morrer.
Na carta, o psicólogo afirmou: “Ainda estou ativo, curtindo muitas coisas na vida (exceto as notícias diárias) e morrerei um homem feliz. Mas meus rins estão nas últimas, a frequência de lapsos mentais está aumentando e tenho noventa anos. É hora de ir.”
O artigo do Wall Street Journal foi escrito por Jason Zweig, um jornalista que chegou a trabalhar com Kahneman no livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”.
No texto, ele relembra conversas que teve com o psicólogo e partes de sua pesquisa, refletindo sobre “como a maior autoridade mundial em tomada de decisões tomou a decisão final”.
Relembre abaixo uma entrevista de Kahneman para Pedro Bial, em 2022:
Vencedor do Nobel em 2002, Daniel Kahneman comenta evolução da inteligência artificial
O trabalho de Kahneman
Nascido em Tel Aviv, em Israel, Kahneman foi por muito tempo associado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
No trabalho que rendeu a ele o prêmio Nobel, em 2002, o psicólogo questionou o fato de a racionalidade ser condutora das tomadas de decisões. Ele tratou, entre outros pontos, da lógica por trás de comportamentos: seja nas decisões para economizar dinheiro ou até nas escolhas sobre vender ou não ações no mercado financeiro.
A escola comportamental — base do trabalho de Kahneman — se sustenta, principalmente, em expor vieses mentais inatos que podem distorcer o julgamento, muitas vezes com resultados contraintuitivos, conforme destacou o jornal The New York Times.
Trata-se de uma abordagem diferente da economia tradicional, que assume que os seres humanos geralmente agem de maneira totalmente racional.
Ele popularizou, portanto, um modelo de tomada de decisões em que situações de escassez levam a julgamentos apressados — e eventualmente a más decisões.
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