RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Na lista de convocados, um certo mistério. Lateral ou zagueiro? A questão é que essa resposta a respeito de Danilo não precisou nem ser dada, frustrando os planos de Dorival Júnior de uma possível surpresa na linha defensiva do Brasil.
O jogador do Flamengo foi cortado na última sexta-feira, assim como Neymar e o goleiro Ederson.
Alex Sandro, também do Flamengo, foi chamado no lugar dele. Esse, sim, lateral-esquerdo mesmo. A lista ficou completa com Endrick e Lucas Perri.
A curiosidade sobre Danilo tinha duas dimensões:
Ver como Dorival lidaria com um capitão que antes era chamado para a lateral-direita e há tempo virou zagueiro nos clubes.
Entender como Dorival o encaixaria em uma linha defensiva que provavelmente teria três zagueiros. Danilo, então, seria um zagueiro pela esquerda.
Com o corte, Dorival perdeu uma carta na manga para desenhar um Brasil diferente contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias.
Tanto que foi justamente isso que o técnico tentou esconder -não só na lista, mas também na coletiva após a convocação.
“Não vou dar sinal nenhum, tudo que eu falo aqui bate do outro lado, e facilita a preparação do adversário. Por isso, tentamos esconder alguma coisa”, disse o treinador na ocasião.
Na linha de raciocínio do treinador, a linha de defensiva tem sempre um lateral que fica mais preso, ajudando na saída de bola, e outro que ganha liberdade para dar amplitude ao time.
Até ano passado, o lado esquerdo era o mais solto -com Abner e Arana, por exemplo. Danilo era justamente o mais preso, na direita.
Como agora chamou dois laterais-direitos mais ofensivos, Vanderson e Wesley, Dorival indicou a intenção de inverter o eixo e “travar” mais o lado esquerdo. Aí, entraria Danilo.
Alex Sandro já é tarimbado e sabe fazer a função de um defensor pela esquerda. Arana é uma opção mais ofensiva. E o zagueiro Murillo ainda pode ser uma alternativa para uma proposta mais conservadora nesse aspecto.
Na direita, Vanderson tem mais experiência do que o estreante Wesley na seleção. Logo, surge como favorito para ser titular já diante dos colombianos, quinta-feira, no Mané Garrincha, em Brasília.
E O ATAQUE?
Neymar seria titular pela primeira vez com Dorival, mas a lesão na coxa esquerda o impediu.
O caminho mais simples é voltar ao desenho do quarteto ofensivo com Raphinha, Savinho, Vini Jr. e Rodrygo. Muito embora, Dorival tenha recorrido ultimamente ao sistema com um centroavante mais fixo — que na convocação original, antes da volta de Endrick, seria João Pedro.
Como conceito, Dorival quer um time com muita movimentação na frente, liberdade criativa, sem esquecer da recomposição defensiva:
“O que eu quero é liberdade de posição com obrigação sem bola. Com esses elementos (do ataque) marcando temos condição de criar muito com a bola”.
Os treinos começam nesta segunda (17), em Brasília.
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