Embate é mais um capítulo de uma série de discordâncias entre as empresas — incluindo acusações de silenciar apoio aos palestinos na guerra de Gaza. Loja de sorvetes Ben & Jerry’s, em Cambridge, Massachusetts.
AP/Charles Krupa
A Ben & Jerry’s acusou a Unilever, sua empresa controladora, de demitir seu CEO de forma ilegal em retaliação ao ativismo social e político da fabricante de sorvetes. A informação consta em uma petição judicial apresentada na terça-feira (18).
O atrito é mais um capítulo de uma série de discordâncias entre a Ben & Jerry’s e a Unilever. Em novembro de 2024, por exemplo, a marca de sorvetes processou a Unilever, acusando-a de silenciar suas declarações em apoio aos palestinos na guerra de Gaza. (Leia mais abaixo)
No documento enviado à Justiça na terça, a Ben & Jerry’s afirma que, no dia 3 de março, a Unilever informou ao seu conselho que iria substituir o CEO, David Stever — em uma medida que, segundo a marca de sorvetes, viola o acordo de fusão entre as companhias.
Esse acordo, segundo a Ben & Jerry’s, estabelece que quaisquer decisões sobre a mudança de CEO devem ser feitas após consulta a um comitê consultivo de seu conselho.
A Associated Press fez um pedido de comentário à Unilever, com sede em Londres, na quarta-feira (19). Não houve retorno até a publicação desta reportagem.
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Casamento infeliz
A Unilever adquiriu a Ben & Jerry’s em 2000, por US$ 326 milhões. Na época, a Ben & Jerry’s afirmou que a parceria ajudaria a empresa de sorvetes progressista de Vermont, nos EUA, a expandir sua missão social.
Mas, ultimamente, o casamento não tem sido feliz. Em 2021, a Ben & Jerry’s anunciou que pararia de vender seus produtos para assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental contestada.
No ano seguinte, a Unilever vendeu seu negócio israelense para uma empresa local que disse que venderia a Ben & Jerry’s sob seu nome em hebraico e árabe em toda Israel e na Cisjordânia.
Já no mês passado, a Unilever afirmou que planejava desmembrar seu negócio de sorvetes — incluindo a Ben & Jerry’s — até o final de 2025 como parte de uma reestruturação maior.
A Unilever também é proprietária de marcas de higiene pessoal, como o sabonete Dove, e de marcas alimentícias, como a maionese Hellmann’s.
Em novembro do ano passado, a Ben & Jerry’s processou a Unilever em um tribunal federal em Nova York, acusando sua controladora de silenciar suas declarações em apoio aos palestinos na guerra de Gaza. A petição da última terça-feira foi, justamente, uma emenda a essa ação judicial.
Na queixa, a Ben & Jerry’s afirmou que a Unilever se recusou também a permitir que a empresa publicasse uma postagem nas redes sociais identificando questões que acreditava que seriam desafiadoras durante o segundo mandato do presidente Donald Trump. Entre os pontos mencionados, estão os salários mínimos, a saúde universal, o aborto e as mudanças climáticas.
À época, a Unilever disse, em comunicado, que rejeita as alegações feitas pelo conselho de missão social da Ben & Jerry’s. “Defenderemos nosso caso de forma muito contundente”, afirmou a companhia.
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