Reunião acontece após uma forte queda no mercado de ações norte-americano visto na véspera. Empresas tentam avaliar o impacto econômico das medidas tarifárias de Trump Donald Trump
REUTERS/Evelyn Hockstein
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá com os CEOs das maiores empresas dos Estados Unidos nesta terça-feira. Muitas dessas companhias viram seu valor de mercado cair nos últimos dias, à medida que os temores de recessão e inflação azedaram a confiança dos consumidores e dos investidores.
O presidente republicano deve falar com cerca de 100 líderes de empresas norte-americanas, em uma reunião regular da Business Roundtable — associação sem fins lucrativos composta pelos CEOs das principais empresas dos EUA, como Apple, J.P. Morgan Chase e Walmart, por exemplo.
O encontro deve acontecer em Washington. Na segunda-feira, Trump já havia se reunido com empresas de tecnologia na Casa Branca.
As políticas econômicas de Trump até agora se concentraram em uma série de anúncios de tarifas — algumas das quais já passaram a valer e outras que foram adiadas ou devem entrar em vigor mais adiante.
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Segundo o presidente norte-americano, as taxas devem corrigir relações comerciais desequilibradas, trazer empregos de volta ao país e interromper o fluxo de narcóticos ilegais do exterior.
Os mercados ficaram assustados com a perspectiva de que as políticas poderiam aumentar os preços para as empresas, impulsionando a inflação e minando a confiança do consumidor, um golpe para o crescimento econômico.
Na segunda-feira, as ações dos EUA registraram uma forte queda, colocando o índice acionário de referência do país, o S&P 500, com uma perda de quase 3% desde a eleição de Trump em novembro do ano passado. Enquanto isso, uma pesquisa com lares norte-americanos mostrou que os consumidores estão ficando mais pessimistas sobre suas perspectivas.
Trump impôs uma tarifa adicional de 20% sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos, bem como tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, embora tenha suspendido a maioria das taxas sobre os vizinhos dos EUA até 2 de abril, quando planeja revelar um regime global de tarifas recíprocas sobre todos os parceiros comerciais.
No mês passado, Trump disse que as políticas poderiam causar “um pouco de dor a curto prazo” antes de gerar benefícios a longo prazo. Em uma entrevista à Fox News transmitida no fim de semana, o republicano não descartou recessão e um aumento de preços causados por suas políticas econômicas.
“Os líderes da indústria responderam à agenda econômica do presidente Trump , com tarifas, desregulamentação e liberação da energia americana, com trilhões em compromissos de investimento que criarão milhares de novos empregos”, disse o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, descartando comentários negativos sobre as perspectivas.
Até recentemente, os investidores estavam otimistas que as políticas do presidente republicano tenderiam a estimular mais crescimento, por exemplo, por meio de impostos mais baixos, ou aliviar as pressões inflacionárias.
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Mas cortes de impostos precisam da aprovação do Congresso. E alguns economistas veem que os planos de Trump para aumentar deportações de imigrantes sem documentos pode aumentar as pressões de preços no mercado de trabalho. O corte na força de trabalho, dizem, também pode aumentar o desemprego.
“Acho que se todos nós nos tornamos um pouco mais nacionalistas — e não estou dizendo que isso é algo ruim, sabe, isso ressoa em mim — isso vai elevar a inflação”, disse o CEO da BlackRock, Larry Fink, membro da Business Roundtable, em uma conferência do setor na segunda-feira.
Economistas do Goldman Sachs Group cortaram sua previsão de crescimento dos EUA para 2025 e aumentaram sua previsão de inflação, “ambos com base em suposições tarifárias mais adversas”. A previsão continua positiva para o ano. O CEO do banco, David Solomon, também é um membro da Business Roundtable.
Na semana passada, o grupo de defesa empresarial pediu que os cortes de impostos de Trump se tornassem permanentes e que se levasse adiante a reforma regulatória nos setores de energia, infraestrutura e manufatura, áreas de amplo alinhamento com o governo Trump.
Mas o grupo também pediu que “os negociadores redobrem os esforços para garantir um caminho a seguir que remova rapidamente as tarifas recentemente implementadas. Essas tarifas, especialmente se forem duradouras, correm o risco de criar um impacto econômico sério.”
O grupo também disse que a Casa Branca e o Congresso devem preservar os benefícios do acordo de livre comércio da América do Norte com o México e o Canadá, assinado durante o primeiro mandato de Trump .
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