Centenas de manifestantes reuniram-se nesta segunda-feira (10) em Nova York para exigir a libertação de Mahmoud Khalil, ativista palestino e ex-aluno da Universidade de Columbia, detido por agentes federais de imigração no sábado (8). Khalil, que possui residência permanente nos Estados Unidos, foi preso sob a acusação de envolvimento em atividades alinhadas ao Hamas, organização designada como terrorista pelo governo norte-americano.
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De acordo com o jornal The Guardian, o juiz federal Jesse M. Furman bloqueou temporariamente a deportação de Khalil, argumentando que ele deve permanecer nos EUA “para preservar a jurisdição do tribunal”, que está analisando um processo contestando a detenção e a planejada deportação. Uma audiência foi marcada para quarta-feira no tribunal federal de Nova York.
Khalil destacou-se como líder de protestos estudantis pró-Palestina na Universidade de Columbia no ano passado, organizando manifestações contra as ações de Israel na Faixa de Gaza. Sua prisão ocorreu em meio a uma intensificação das medidas do governo Trump contra movimentos pró-Palestina nos campi universitários. O presidente Donald Trump anunciou recentemente a retirada de US$ 400 milhões em financiamento federal da Universidade de Columbia, alegando falha da instituição em controlar o antissemitismo em seu campus.
A advogada de Khalil, Amy Greer, afirmou que os agentes federais inicialmente alegaram estar agindo sob uma ordem do Departamento de Estado para revogar o visto de estudante de Khalil. No entanto, ao serem informados de que ele possuía um green card, os agentes declararam que revogariam essa autorização. Greer classificou a detenção como uma violação dos direitos de seu cliente, ressaltando que Khalil é casado com uma cidadã americana grávida de oito meses.
A prisão de Khalil gerou críticas de defensores da liberdade de expressão e líderes locais de Nova York, que consideram a ação inconstitucional e um uso indevido das leis de imigração. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, condenou a prisão, afirmando que “a administração está tentando silenciar vozes dissidentes”.
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